Siri, do iPhone 4S, pode demorar 5 anos para chegar ao Brasil

Acesse:https://www.google.com/amp/s/itforum.com.br/noticias/siri-do-iphone-4s-pode-demorar-5-anos-para-chegar-ao-brasil/amp/

O Siri – tecnologia de Inteligência Artificial embarcada no iPhone 4S, novo modelo do smartphone da Apple anunciado na terça-feira (04/10) – pode demorar até cinco anos para chegar a uma versão em língua portuguesa. A opinião foi passada por Bráulio Medina Dias, especialista no tema, sócio da e-Brane e Advisor na Lifeboat Foundation, organização mundial focada em prevenir a humanidade de qualquer tipo de catástrofe que possa colocá-la em risco, inclusive no caso de problemas envolvendo o tema de Inteligência Artificial. Na opinião do especialista, é muito mais fácil o Google apresentar algo do tipo no Brasil antes que a companhia de Tim Cook.

De acordo com a Apple, em um primeiro momento o produto estará disponível em inglês, alemão e francês. Não foi dado um prazo para a introdução de línguas ou quando chegaria em português. Mas já é de conhecimento que as novidades da Maçã demoram um tempo considerável para aportar em terras tupiniquins.

Nos Estados Unidos, a encomendas serão recebidas a partir desta sexta-feira (07/10), e o produto estará disponível no varejo a partir da sexta-feira da semana que vem, dia 14 de outubro. Relembrando a euforia para comprar o iPad 2, já é esperado um grande tumulto para comprar o dispositivo, cuja versão de 64GB sairá por US$ 399.

A ideia do Siri é ser um assistente pessoal. Desta forma, você pode, em vez de pesquisar coisas na web, fazer questões diretamente a ele, que, utilizando-se da conectividade, busca tanto em seu conhecimento próprio quanto em dados disponíveis na web, informações para responder às perguntas – por meio, inclusive, de voz. É possível, por exemplo, questionar a ele como está o trânsito, naquele momento, em determinada cidade. Qual é a previsão do tempo para o dia seguinte. Outra coisa interessante é a capacidade de buscar informações contidas na Wikipedia. Isso facilita, e muito, o relacionamento usuário/dispositivo móvel.

Conforme o especialista, quando se fala em inteligência artificial para o mercado brasileiro, o estágio atual do País é de atraso em relação a outras localidades.

“Estamos muito atrasados aqui no Brasil, porque quando se fala de inteligência artificial, se fala de linguagem semântica em português – e estamos muito atrasados em geração de ontologia, léxicos e semânticos de forma organizada. Vai haver um gap de linguagem”, pontuou.

O assunto é mais complexo do que se imagina. Vamos fazer uma explicação mais simples quanto possível (espero que atenda). Para ensinar um cérebro artificial, é preciso utilizar de algoritmos matemáticos que criem uma espécie de conexão neural, de uma forma que, com base em tais experiências simuladas, seja possível uma conexão com o problema apresentado no momento. No caso de reconhecimento de linguagem é preciso garantir que haja compreensão das nuances de sotaques regionais, por exemplo, o que envolve muito treino para reconhecimento de voz. “O Siri promete não precisar de um treino para a voz de comando. É um processamento de ondas muito pesado, com matemática intensa envolvida”, explicou.

“Quem processa melhor informações em língua portuguesa é o Google”, explicou, citando que pelo fato de o buscador estar completamente consolidado no Brasil – cerca de 90% das buscas realizadas na internet são feitas por meio dele – o conhecimento da linguagem é muito maior, o que facilitaria o processo. “Eles são muito avançados em português, têm um mercado gigantesco, e são uns dos que melhor processam a nossa língua”, disse.

Para o Google, seria questão de sobrevivência apostar em inteligência artificial e aproveitar para ganhar espaço nos mercados nos quais a Apple ainda precisaria se desenvolver em termos de semântica. “Eles precisam trazer algo, se não, perderão muito com o Android”, ponderou.

Aqui vai um dado que o leitor já está cansado de conferir, mas que resume bem o mercado de mobilidade. Conforme dados do Gartner, o Android ficou com 43% da fatia do mercado de sistemas operacionais vendidos no segundo trimestre do ano, muito a frente do segundo colocado, o Symbian, com 22,1%, e do iOS, da Apple, com 18,2%. E vale lembrar que o futuro do segundo colocado é incerto, uma vez que dispositivos da Nokia, empresa detentora do Symbian, devem vir com a nova versão do sistema operacional da Microsoft a partir de 2012, modificando, mais uma vez, a situação do mercado em questão. Ter, ou não, Inteligência Artificial é o que define se a companhia continuará, ou não, em primeiro lugar.