O silêncio é o novo risco corporativo

Sem segurança psicológica, as empresas adoecem e ninguém avisa…

“Você tem o direito de permanecer calado. Tudo o que disser poderá e será usado contra você.” Essa frase, repetida à exaustão em séries como CSI ou Law & Order, não pertence ao mundo corporativo mas, em muitas empresas, é exatamente assim que as pessoas se sentem. Elas não falam porque têm medo. Medo de represália, de julgamento, de serem rotuladas como problemáticas ou frágeis. E onde há medo, o silêncio se instala. E o silêncio, nesse contexto, não é diplomacia, é risco corporativo.

O consultor Patrick Lencioni, no clássico Os 5 Desafios das Equipes, explica que a ausência de confiança é a base de todas as disfunções que comprometem os resultados de uma organização. Sem confiança, há medo do conflito. Sem conflito, não há debate. Sem debate, não há inovação. O time se cala e o que poderia ser resolvido numa boa conversa vira presenteísmo, afastamento ou crise. Segurança psicológica é o antídoto para esse medo. É o oposto da lógica do interrogatório policial.

Em um ambiente seguro, as pessoas confiam que o que elas disserem não será usado contra elas. Erros não são punidos com vergonha. Vulnerabilidades não são tratadas como fraqueza. Feedbacks não geram retaliações. Falar a verdade não é um ato de coragem, é parte da rotina. Mas isso, infelizmente, ainda é exceção. Em muitas empresas, a cultura do silêncio segue forte. E os impactos são concretos…

O silêncio é o novo risco corporativo