
Especialistas da Associação Europeia para o Estudo da Obesidade (EASO, na sigla em inglês) resumiram em um novo documento diversas pesquisas científicas atuais sobre o uso da atividade física no combate à obesidade.
O suplemento, publicado no periódico Obesity Reviews, traz recomendações para enfrentar o excesso de peso e ainda destaca o potencial dos exercícios no controle de complicações desse quadro.
Em relação à perda de gordura corporal, os profissionais europeus sugerem um treinamento aeróbico programado, com cerca de 150 a 200 minutos por semana, em intensidade moderada. Adaptações individuais de acordo com o perfil da pessoa podem ser discutidos com os especialistas.
No entanto, o documento ressalta que a atividade física isolada resulta em reduções de dois a três quilos, em média.
Nesse quesito, a maioria dos estudos aponta que equilibrar a dieta tende a promover perdas de peso mais expressivas — embora pequenas reduções já ajudem na saúde.
“Quando ingerimos mais calorias do que gastamos, elas se acumulam nas células do tecido adiposo.
Associada a uma boa alimentação, a atividade física é essencial para o sucesso na perda de peso, graças ao aumento do gasto calórico”, explica Flávio Pirozzi, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Uma grande vantagem dos exercícios é preservar os músculos durante o processo de emagrecimento.
Para isso, o artigo da EASO orienta a incluir treinos de força de intensidade moderada a alta.
Quando o indivíduo alcança a forma física desejada — essa meta deve ser discutida com profissionais, até para não gerar falsas expectativas —, a nova diretriz sugere aumentar o ritmo de atividades físicas moderadas para 200 a 300 minutos por semana, se não houver contraindicações.
Para aqueles que realizaram a cirurgia bariátrica, a combinação de práticas aeróbicas e de resistência ajuda inclusive a melhorar a função física, segundo os pesquisadores. Isso além de afastar complicações da obesidade que aumentam a mortalidade.
Controle das complicações da obesidade “Com o aumento do tecido gorduroso no corpo, as células passam a secretar diversas substâncias inflamatórias, que elevam o risco de hipertensão e diabetes, entre outras doenças”, afirma Pirozzi. Para os hipertensos manterem a pressão mais regulada, os pesquisadores sugerem que os pacientes com essa doença e obesidade também valorizem os exercícios aeróbicos de intensidade moderada.
A mesma estratégia vale para preservar a saúde cardiometabólica. Outra consequência do sobrepeso é a resistência à insulina, um processo no qual esse hormônio tem dificuldade de colocar a glicose para dentro das células…
As novas recomendações europeias de atividade física contra a obesidade

